sexta-feira, 18 de junho de 2010

O quinto poeta

Sou habitualmente um escrevedor de prosas
E também um homem que lá fora vive
Apenas terminando linhas e mais linhas subsequentes
Minha poesia se restringe à música cantarolada
Ao amor de meu amor
Não ao que faço
Definitivamente, não ao que sou

Sou leigo de rimas
Mas quase especialista em conectivos frasais
Para minhas longas e improdutivas teses
O grafite se inflama em meus dedos
Quando tudo podia ser dito em simples versos

Pontos finais, vírgulas e travessões
Uso de tudo que a gramática criou
Mas os homens não o percebem
Então, ficam encantados com um texto ou outro
Atribuem a mim um certo dom de escrever
Quando na verdade está tudo no regulamento
E na prática religiosa de suas leis.

Pois bem, poetas
Venho-lhes com a mais infantil intenção de atrapalhar
Obrigando-lhes a uma óbvia prosa
Nesses falsos versos
Pois meu reino é de outro blog
E minhas blasfêmias também

Poetas de Schrodinger
Nome estranho e um tanto ridículo
Tal qual sua mensagem subscrita
Mas deste instante em diante aqui escrevo
E me vendo entre escrevedores
Considero-me em família, e agora são a minha família
Tomo-lhes o brasão do quinto poeta
E me publico para o grande julgamento em praça pública.

2 comentários:

  1. De prosa se faz versos
    Com alma se faz coragem
    Reis visitam outros reinos
    E traduzem sua imagem
    Poetas de Schrödinger
    Estranho como a mensagem
    Vida ou morte a poucos loucos
    Mas “ridículo” é sacanagem
    Inicio o julgamento
    Para marcar sua passagem
    Já era da família
    E “brasão” é uma bobagem.

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  2. Belas palavras, extensao do que eu penso...
    Sê bem-vindo, quinto poeta.

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