quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Paz de lua

Da penumbra sinto minha paz
que se desfaz e mente comigo
finge-se amigo mas esfaqueia
trago comigo uma singelidade

o luminar reflexivo me guia
é menor e mais belo aos olhos
lembra tristeza apesar da beleza
mostra-me paz quase intocável

sofro em perdão
choro por felicidade
nem sei se quero
mas quero! E quero.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Um laço amplexo

Cada dor dói menos em abraço
E não há frio, nem angústia
e nem cansaço...
É possível ver além
O que não percebe mais ninguém
E sorrir do desconhecido
Como quem já viu a maior surpresa
E brincar com todos os sorrisos
Como quem confirma a maior promessa.
Daí, se sabe que todo abraço é um elo
E que sempre há braços para amparar
Mesmo que de longe possam estar.
Porque cada abraço é um pedaço de amor
E todo amor, um pedaço de cada ser.
E não há abraço que seja amor em pedaços
Abraço que faça o bem perecer
Porque, se abraço é amor,
Só foi feito pra crescer.

Maquete

Passo por passo
E em cada esquina
Um embaraço.
Não se vê da horizontal
Só de cima ou só por baixo.
E tudo que era pensamento
É agora ação
Mecânica, mecânicos.
Somos focados e,
por isso, desfocados.
E os carros são de papel
E todo ser se derrete
Só não se vê quem assiste
E comanda
Esta louca, desenfreada
Maquete.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Medo

Não consigo ver felicidade em meus olhos
nem tristeza em meu pensamento
tudo o que tive se foi, feito dor
nada mais além de labuta e tormento
sem noites de sono nem mais medos
estável intranquilo sem fé nem razão
sem paz nem perdão
sem triunfo nem glória
sangue nas mãos
medo

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Aquebrantando

Olhos pelas fendas que se marginalizam
na infeliz avareza de um destino amargo
vida que me integra um sentimento nú
visão que acalenta um sentido crú
outros tempos tenho de outra era a vir
e que a casca apodreça sem fazer sentir
que os olhos suem lágrimas sem se congelar
que meus músculos ardam sem fazer chorar
doce o inferno vil que nem mais sofro
e triste céu que não desejei sem medo
céu de cortinas negras, muros impassáveis
onde verdade negada é o prazer da mentira
prefiro o inferno do conhecimento e da plenitude
me sangro em saber que dentro de mim guardo
gotas da felicidade que tive e nunca largo
nunca largo...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Alvorada

A cada manhã um milagre
Tão grande quanto o entardecer
De novo um recomeço
Que anseio em conhecer

Os passos se alternam
Dizendo o que vai ser
E na dança matutina
Tudo vejo engrandecer

Doce chuva ainda lava
Qualquer resquício de dor
Leva consigo os dissabores
E deixa o nobre, lindo amor.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Águas de verão

Do sal que por meus poros brota
da água que finge refrescar-me
inflige queimando a pele morta
que há de ainda me lacrimejar

O corte da faca que me sangra
cura-se com o sal-mar
marca quando o sol brilha
cicatriza o risco acompanhante

O sol que espera seu amor
alma gêmea que tarda a vir
não se mostra, nada ilumina
nada sua, quase nem existe

Há de vir
no aguardo choro meus poros
sob o tosto do mostrante
bravo, só, abstinente, esperante.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Espelho

Digo que te amo
Você sussurra o mesmo
Devolve o sorriso
A carícia preferida
Brinca com meus olhos
Mantendo firmes os seus
Cada movimento é recíproco
Cada lado é o outro
Cada um, a continuação
Mas frio como vidro
Desdenha a minha escolha
Vejo como é mais simétrica
A sua outra imagem
De repente o firo
Se quebra
Só me viro
Não mais me vê
Você, lacerado
E eu, doente.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Falando de amor

Meu pensar sem pesar
meu defeito ardil
minha dor injustiça

espelho olhos flébis
não que eu me decifre
fico plangente...

me atocaio
mistério seja meu mundo
escondo atrás da pupila
proíbo lágrimas serem notadas

me escondo
guardo meu coração
dentro de um mundo desconhecido
em uma ideia criptografada

que nunca me encontrem
sou todo amor
todo amor que é dor me faz temor
quase choro, não saiba...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

We can work it out


Preciso agora de um novo poema
que sobreponha e supere o anterior
Que embora poeta de alma pequena
possuo um coração cheio de amor.

Pois bem mal disse
Briguei, desliguei-me
Desentendi-me pelo prazer de me desentender
com o ar, com a terra, com o céu e a chuva
Com você, meu desentendimento favorito
Minha falta de explicação
Minha desrazão
Meu estar feliz por estar errado
Meu lado ruim escancarado
Mas ainda assim amado.

Pedir desculpas, não vou
Ofendidos fomos, meu orgulho e eu
Só que não me importo tanto assim comigo
O orgulho é que me mata
Consome e corrói
Impede-me de ser feliz o tempo todo
a todo o tempo
Cansei-me de ficar aqui emburrado
sozinho e desolado
Esperando o seu orgulho ceder primeiro
Fazendo-me de coitado
e vítima do litígio.
Enquanto secretamente
escrevo esse poemeto de amor
apaixonado que sou.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Você


Então pensei em te escrever todos os dias
um poema apaixonado
Mas pudera! - não me sobra tempo
Se a todo tempo estou ao seu lado
Ainda que em pensamento
Nas noites quentes e madrugadas frias.
Para sempre, por favor se lembre
Teamo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Cadê


Não tenho quaisquer palavras doces
para vocês
Frustrado, pensei em mal dizeres
mil
Então, olhei para mim aqui sozinho
E pensei na pessoa que afastei
assim
Por encher o coração de ódio
Ao invés de preencher com amor
E minhas tantas frases bonitas
e sinceras
Eu amo, tu me amas
nos amamos...