quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Águas de verão

Do sal que por meus poros brota
da água que finge refrescar-me
inflige queimando a pele morta
que há de ainda me lacrimejar

O corte da faca que me sangra
cura-se com o sal-mar
marca quando o sol brilha
cicatriza o risco acompanhante

O sol que espera seu amor
alma gêmea que tarda a vir
não se mostra, nada ilumina
nada sua, quase nem existe

Há de vir
no aguardo choro meus poros
sob o tosto do mostrante
bravo, só, abstinente, esperante.