domingo, 6 de junho de 2010

Luta contra a luta

Ganhar não é preciso
O importante é competir,
meu bem
Só assim vale a pena seguir

Mas eu não quero competir!
Por favor, eu não posso partir!
Eu já sei para onde quero ir!
Não quero brigar para ganhar minha vida
Não quero brigar para ganhar o jogo
Não quero jogar
Já disse que estou fora do baralho
Já disse que não quero ser peça de nenhuma guerra

Mas, minha querida! É importante competir!

Deve ser porque isso é o normal para acontecer
Desde o início dos tempos
Mas nunca pude ser normal de verdade
E não é agora que quero ser!
Não posso jogar.

O importante é competir?
Ponto para o leão!
O alce se foi, mas fez o que era importante.
Ponto para o lobo!
O cordeiro se foi, mas tentou na briga.
Ponto para a tartaruga!
E o coelhinho perde o ego para a moral da história.

Mas nada disso faz sentido para mim.
Eu não sou assim.
Acabo entrando em jogos que não quero jogar
E se por acaso recebo méritos
Também recebo acusação
Mas eu não escolhi aqui estar!
Eu não quis participar!

Talvez por isso eu não possa
vencer a seleção
Talvez proteja demais meu coração
É que só quero viver
Sem balas
Sem bolas
Cruzando com raiva o céu
Sem xeques
Nem mates
Pouco amistosos
Jogados ao léu

Não fui feita para isso
Não gosto de brigar
Não gosto de lutar
Não quero ir para guerra
Mesmo que seja para ganhar

Esse não é meu sonho
Esse não é meu mundo
Competir é ato histórico
Mas não tem nada de profundo.

Um comentário:

  1. vou ser sincero mesmo: comecei lendo como se fosse mais uma coisa comum, amis um texto da mesma coisa, mas percebi, antes da metade, que não o era, percebi que nesse dialogo, tambem sou o que não quero competir, e da mesma forma, tenho certa repugnancia àquele consolo dos fracassados: 'pelo menos tentou', o alce fez o que era importante, mas quem está vivo é o leão. o que importa mais então?

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