quarta-feira, 2 de junho de 2010

Lança

Os conselhos que me deram escorrem.
Morrerei assim, com uma lança de amor fincada no peito.
Retirar só me fará morrer mais rápido
e o buraco, o sangue que escorrerá por mim,
só me trará doces lembranças.
Decidi deixar a lança onde está, não foi um lance.
De que adianta tentar mudar algo imutável ?
Tento sair de sua volta, mas vejo sua imagem
em todos os olhos, em todos os olhos.
Nenhum com seu perfume.
Nenhum com sua presença.
Dizem que nunca vai me amar.
Mas meu amor é teimoso, não é egoísta,
quer sair e viver por nós dois.
De que adianta ter outros rostos,
se o seu é o único que quero admirar ?
De que adianta outras músicas,
se é o som do seu violão que embala
meus sonhos ?
É a sua foto de olhar distante
que me toma horas.
É a sua doce inocente malícia
que gira a lança cravada em meu peito.
Não acabará.
É uma lança, não foi um lance.
Se ter valor é fingir que nada sinto,
estou oficialmente dispensando valores.
Eu quero você!
Valores, moral, opniões...que se dane tudo.
O que realmente me vale é ver você
contra a luz do sol.
Sentir o sangue quente correndo pelo meu corpo.
Poder passar a noite em claro, só para te ver dormir.
Poder te tocar.
Sentir seu gosto na ponta da língua.

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