domingo, 20 de junho de 2010

A árvore centenária

Lá estava ela
Gigante e imponente
Às vezes verde
Às vezes só
E sempre linda
Duros anos
Grandes vidas
Tantas perdas
Tão sofridas

Lá esteve ela
Companheira de todas as horas
Cúmplice de vários momentos
Fortaleza inextinguível
Foi-se embora
A brutos golpes
Perdi aquela sombra
E os galhos e folhas
que me direcionavam o vento

Sem forças para evitar
Nem por um momento
Meu mundo é a minoria
Outras sombras
Outras folhas
E outros troncos
Desconhecem minha história
Marcada em anéis
E em anéis cortada

Restaram raízes
Queimadas
Talvez novo rumo se levante
E novos passos se inscrevam
Mas talvez as estradas se afundem
O sabor da chuva se perca
Os ninhos se desfacelem
As melodias cessem
E os sonhos prescrevam.

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