terça-feira, 25 de maio de 2010

À uma baluarte amiga

E então você resolve partir
Sem se despedir
Sem pedir ajuda
Usando sua vida como bem entende
Como se ela fosse só sua
Como se não fosse ferir ninguém
Não sabe que está dentro de um jogo
Não sabe jogar sem as regras
Não sabe como contorná-las
Como embaralhar o mundo
Como esquecer a dor
Não vou deixar que parta
E não importa o quanto me recriminem
Não vou deixar que suma
Que deixe que tudo acabe
Eu sei que dói
Eu sei que pode não passar
Eu sei que os significados se perverteram
Mas não escolha o precipício
Estaríamos todos perdidos
O céu nunca mais seria o mesmo
Se perdêssemos aquela estrela.

Morte à dor!
Mas não corte a vida.
Nunca foi preciso que aguentasse tudo
Nunca pedimos que tentasse
Não tem que segurar o Universo tão só
Fortalezas resistem, mas não protegem a si mesmas.
Fortalezas são símbolos, mas também caem.
Somos vários ombros
Dividiremos o peso.

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