segunda-feira, 23 de agosto de 2010

SinA qua non

Que eu sorria após respirar
Que das lágrimas me batize
Vez por vez e me renove
Que da paisagem surjam versos
Dizendo por fora o interior
Que do silêncio surja a música
Que o fôlego seja curto
Mas deixe que eu curta
Que as danças sejam eternas
Em cada segundo de inspiração
Que as dificuldades sejam internas
A cada momento de transpiração
Que flexível seja o corpo
Mesmo que não o seja a mente
Que mais confunde que alivia
As dores do nobre carente
Que as estradas sejam estranhas
Para que não faltem os tropeços
O que seria de minha vida
Sem os numerosos recomeços?
Que as faces sejam mil
Para usa-las como ardil
Que a natureza seja a alma
Que alimenta e me acalma
Que o amor seja base,
regra e rumo
Que as perguntas digam mais que as respostas
Que a fantasia seja real
Ainda que a verdade seja fantástica
Que a palavra seja o vício
Mais primitivo e voraz
Que lindo seja o caminho
E livre o pensamento
Que a eternidade seja
E que nada baste por si só.
Sina
Sem a qual nem aqui estaria
Sem a qual eu nada seria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário