segunda-feira, 11 de abril de 2011

Aquebrantando

Olhos pelas fendas que se marginalizam
na infeliz avareza de um destino amargo
vida que me integra um sentimento nú
visão que acalenta um sentido crú
outros tempos tenho de outra era a vir
e que a casca apodreça sem fazer sentir
que os olhos suem lágrimas sem se congelar
que meus músculos ardam sem fazer chorar
doce o inferno vil que nem mais sofro
e triste céu que não desejei sem medo
céu de cortinas negras, muros impassáveis
onde verdade negada é o prazer da mentira
prefiro o inferno do conhecimento e da plenitude
me sangro em saber que dentro de mim guardo
gotas da felicidade que tive e nunca largo
nunca largo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário